Uma grande guerra nuclear entre os Estados Unidos e a China destruiu o mundo em 2077. Bombas nucleares quase dizimaram toda a vida da humanidade e radicalmente transformou o resto que sobrou em bizarras e perigosas mutações. Esse é o (batido) mote dos games da série Fallout.
Porém, antes da grande guerra de 2077, o governo norte-americano fez uma parceria com a empresa Vault-Tec, onde eles construiriam os chamados Vaults (Cofres, em tradução livre), que são imensos bunkers debaixo do solo onde a humanidade se abrigaria em um possível cenário de uma guerra mundial.
O que era divulgado ao público era que os Vaults foram construídos para salvar a população do holocausto nuclear. Os Vaults sobreviviram às bombas atômicas e depois de algum tempo – quando o nível de radiação da superfície já estivesse em níveis aceitáveis, a porta se abriria e os norte-americanos estariam prontos para recolonizarem a América.
Porém, na verdade a construção dos Vaults era um plano secreto do governo para observar como a população reagiria ao estresse do isolamento e se eles estariam bem para repopular os Estados Unidos depois que os Vaults abrissem. Ou seja, os Estados Unidos estavam usando sua população como cobaias dentro dos Vaults.
E os experimentos iam do mais nefasto possível (como o Vault 92, por exemplo, onde eles colocavam nos corredores uma onda sonora que estimulava a agressividade das pessoas – e todas elas acabaram se matando durante os anos) ao mais insano (como o Vault 43, que era habitado apenas por 20 homens, 10 mulheres e uma pantera solta pelos corredores – sim, há um humor MUITO peculiar nos games de Fallout).
Em Fallout New Vegas vemos o Vault 11, um dos meus vaults preferidos. Assim que você entra no Vault, você encontra quatro esqueletos e uma arma no chão. E, colados pelas paredes do Vault, um monte de cartazes sobre os candidatos ao papel de Overseer, que é uma espécie de “presidente” do Vault. Muitas dessas mensagens são difamando candidatos.
E o jogo não te diz mais nada. Cabe a você investigar todos os cantos do Vault, vasculhar computadores, escutar as holotapes e tentar entender o que aconteceu no final.
Não vou dar o spoiler dessa história maravilhosa, mas eis aqui um vídeo sensacional resumindo todo o desenrolar dessa história (tem 9 minutos apenas):
E o porquê de eu estar contando essas histórias?
Caras, Fallout é um game para se jogar com calma e apreciar tudo que acontece em sua volta. No meio de tanta loucura de um mundo pós-apocalóptico, você vai encontrar um super-mutante filósofo:
Você toma a decisão de expludir ou não uma cidade que se formou ao longo de uma bomba atômica que não detonou…
Ou se decide ou não aceitar uma quest em que você precisa resgatar um robô que produz cerveja dentro de uma fábrica dominada por raiders…
Fallout se trata de grandes (e fúteis) decisões, escolhas morais, ajudar ou não outras pessoas, investigar um mundo gigantesco onde cada detalhe foi planejado com cuidado e criar relacionamentos com NPCs cheios de história.
Ao adicionar o elemento online, eu hoje não consigo ver como tudo isso que faz de Fallout uma série sem igual vai se encaixar em um multiplayer estilo survivor – como as últimas notícias revelam.
Não estou dizendo que o jogo vai ser ruim. A Bethesda sabe criar games divertidos.
Só acho uma pena que uma série tão elaborada e complexa como Fallout possa virar um desses survivors “fast-paced” da vida.
Espero que eu estejE errado…
… E mesmo se estiver certo, é óbvio que eu vou comprar essa porra, huaeahueahueahuea!