Quando fui assistir a esse prequel do clássico O Exorcista, fui sem expectativa alguma. Quero dizer, depois de bombas como O Exorcista 2 e O Exorcista 3, perdi a esperança de que mais alguma seqüência viesse a repetir o sucesso do original.
Pois bem. Exorcista: O Início é um filme que, embora não chegue aos pés do original, consegue ser superior às outras duas fracas seqüências. A intenção do prequel é mostrar como foi o primeiro encontro entre o demônio Pazuzu e o padre Lancaster Merrin, aquele padre velhinho que, no filme original, na companhia do padre Damien Karras, exorciza a pequena Reagan.
A história em si é fraca e previsível. A computação gráfica deixou muito a desejar (a animação dos animais e do demônio denunciavam de cara o uso de computador). O que salva, então, esse filme? O que faz valer a pena assisti-lo? Eu digo que é a atmosfera perturbadora que o diretor Renny Harlin conseguiu criar. Há todo um jogo de sombras/claridade e sons que garantem sustos de cinco em cinco minutos. Não adianta: mais cedo ou mais tarde você vai pular da cadeira. Nesse aspecto é que considerei o filme divertido.
O ambiente do filme é bem pesado. A quantidade de sangue e escatologias presentes no filme, associadas aos intermináveis sustos, fizeram com que algumas pessoas presentes no cinema saíssem antes do término da sessão. Algumas pessoas que conheço tiveram dificuldades em dormir na noite em que viram o filme.
Em suma, é um filme tecnicamente fraco (foi um fracasso de bilhereria lá fora), mas que mexe profundamente com nossa psique.
Lendo as páginas do OMELETE, me parece que existe outra versão desse filme, aparentemente bastante diferente, dirigida por dois diretores, Paul Schrader e John Frankenheimer, que dá mais ênfase ao lado psicológico que ao lado do horror em si. Para a felicidade dos DVDmaníacos, essa versão integrará o DVD do filme, que será lançado futuramente.
Minha nota para o filme? Bom, eu gostei, mas serei justo: 7,0.