Ok, vocês venceram. Tenho que dar o braço a torcer e admitir: o filme é ruim mesmo. Nem toda a beleza e carisma de Jennifer Garner são capazes de sustentar um filme com roteiro fraco numa adaptação que na verdade tem pouquíssimo em comum com o original. Longe de querer dar uma de crítico chato. Estou apenas falando como marvelmaníaco e fã dos quadrinhos clássicos da Elektra escritos pelo mestre Frank Miller. Apenas isso.
Talvez quem nunca tenha lido uma história da Elektra possa até achar o filme legal. Mas se você conhece apenas um pouquinho que seja da verdadeira ninja assassina dos quadrinhos, vai ficar muito chateado ao vê-la totalmente mudada na telona do cinema.
Elektra amiguinha de uma menina de 13 anos??? A Elektra cruel, fria e calculista dos quadrinhos jamais ficaria amiguinha de quem quer que seja.
Elektra lutando pra salvar a vida de um pai e uma filha porque se afeiçoou a eles?? A Elektra de verdade nunca sequer teria afeição por quem quer que seja. Ela estaria pouco se lixando se o Tentáculo quer matar menininhas indefesas ou não.
Elektra com “poderes” premonitórios??? Hã???? Tudo bem, vá lá, até dá pra tentar engulir essa já que ela é uma ninja e poderia ter desenvolvido essa técnica. Mas, novamente, essa não é a Elektra.
Assim como a Mary Typhoid não é a Mary Typhoid dos quadrinhos (no filme ela é uma personagem totalmente diferente), o Kirigi não é o Kirigi, etc, etc, etc… Acho que o único personagem que lembra um pouco o original das HQs é o cego Mestre Stick, interpretado pelo ator Terence Stamp, lembra dele? Ele fez o General Zod no segundo filme do Superman.
Enfim, de resto o filme é apenas um típico clichê hollywodiano com heroínas, mocinhas indefesas, vilões caricatos e mensagens de amor e bondade. Definitivamente, isso não tem a ver com a Elektra.
O que acontece é que um filme com a verdadeira Elektra não poderia ter censura livre, não faria sucesso com a garotada e não poderia entrar no “padrão” de filmes de heróis. Então lá vai um aviso: assista ao filme sem se preocupar em encontrar uma verdadeira adaptação dos quadrinhos. O lance é não levar a sério. O filme da Elektra pode ser uma diversão mediana se for levado em conta que é apenas um cinema-pipoca pra se assistir num domingo à tarde. Relaxem e curtam, pelo menos, a Jennifer Garner, lindíssima.
Nota: 5,0