Hoje é o Dia do Quadrinho Nacional (não confunda com Dia Nacional dos Quadrinhos) e é sempre bom celebrar a data de alguma maneira, de preferência comprando e dando quadrinhos nacionais de presente.
Muita água rolou desde as primeiras histórias em quadrinhos publicadas no Brasil e muita gente diz que estamos no melhor momento das HQs no país. Mas é claro que tudo tem seu lado positivo e seu lado negativo e, enquanto o momento atual é propício ao crescimento dos quadrinhos, muitos problemas se seguem a essa evolução.
Por isso, ao invés de fazer um post de recomendações, resolvemos dar nossas impressões sobre o que está bom e o que está ruim no mercado atual. Confira os pontos positivos e negativos dos quadrinhos nacionais de hoje, pelos integrantes do MdM que importam (e o Lojinha):
Ponto(s) Negativo(s): Visibilidade e “Panelas”: Apesar de variado o alcance da produção de quadrinhos nacional ainda é ínfimo, os projetos autorais ficam ali entre os seus apoiadores (que geralmente já conhecem o trabalho) e poucos leitores novos acabam colocando os olhos no material… Soma-se a isso as eventuais “panelas” que acabam se formando e hermetizando ainda mais esse alcance das obras, que por fim acabam sendo produzidas mesmo só pros “chégas”.
Ponto negativo: A panelinha. Não só faz uma barreira de entrada forte para gente que é de fora como também forma o famoso “mercado auto suficiente do Catarse”, onde os mesmos autores apoiam os mesmos projetos e consomem os mesmos quadrinhos.
Ponto negativo: Divulgação. Mesmo com a variedade de opções por aí, se a HQ nacional não está ligada à MSP ela dificilmente vai conseguir uma boa divulgação. Autores não sabem (ou não possuem os meios para) promover seu trabalho, veículos (incluindo o MdM) não vão atrás das novidades, eventos de quadrinhos (embora crescentes em número) não destacam obras nacionais.
Ponto negativo: A distribuição. Caralho, a distribuição de HQB ainda é uma merda fodida! Tem coisa foda saindo, não só de gente começando, mas de geral mais consagrada, que você vai ter que suar muito a bunda pra conseguir. Resultado: muita, mas muita coisa boa mesmo passa batida.
Ponto Negativo: Autores – saber lidar com críticas, saber editar a revista, saber seus limites, saber lidar com o público. Infelizmente, o autor nacional ainda tem um ar de prepotência que desanima a aquisição de novas obras…
Ponto Negativo: A mídia/imprensa. Seja a mídia de massa que só divulga o que já é popular, ou a mídia “especializada” (que não é nada especializada), que fala bem dos quadrinhos dos amigos e evita fazer críticas construtivas por medo de magoar os sentimentos do autor, nós ainda estamos muito longe de uma mídia de quadrinhos madura e que seja uma aliada do leitor, não só na análise objetiva (não confunda objetividade com imparcialidade), mas também na divulgação de bons materiais que sejam mais desconhecidos.
Ponto negativo: Não há incentivo ou apoio de editoras grandes que atuam no mercado nacional. Existe uma guerra de egos entre muitos autores, o que acaba fazendo com que aqueles que querem crescer sejam vistos com maus olhos.
Ponto negativo: Críticas. As críticas no mercado nacional de quadrinhos ainda sofrem para se diferenciar do “elogia só porque é brasileiro” e “é ruim porque é brasileiro”, além de faltar uma análise mais profunda que os quadrinhos americanos e europeus já possuem há décadas. Já é hora de uma visão mais aprofundada e que faça críticas construtivas nos projetos culturais tupiniquins.