Todos sabem que As Tartarugas Ninjas foi um tremendo sucesso no início dos anos 90, mas você sabia que saiu no Brasil somente uma HQ das quatro tortuguitas pela extinta Nova Sampa (até agora, pois a Devir publicará as primeiras histórias)?
“Sim, Mallandrox, eu sabia!”
Estraga-prazer! Mas tudo bem, nesse post você saberá mais sobre essa HQ que veio para o Brasil custando apenas 260 cruzeiros (eu paguei 6 reais na Gibimania, mas isso não vem ao caso) e a origem dos personagens nos quadrinhos.
Tudo começou em 84, numa convenção de quadrinhos, onde Kevin Eastman e Peter Laird lançaram As Tartarugas Ninjas com uma tiragem ridícula de 3.000 cópias que logo se esgotou.
Eastman e Laird criaram os personagens numa conversa de bar, enquanto conversavam sobre o que um novo personagem deveria ter. Baseados nos gibis que faziam sucesso na época, resolveram então misturar os elementos ninjas e orientais de Demolidor, Elektra, e Ronin com os mutantes de Os Novos Mutantes. Daí surgiram as tartarugas mutantes ninjas.
E apesar do sucesso imediato quando foi lançada, nenhuma editora gostou da idéia, e todas recusaram, tanto que um tio do Eastman emprestou dinheiro para eles para poderem lançar de forma independente a HQ.
As Tartarugas Ninjas naceram no acidente de material químico que cegou Matt Murdock, porque elas eram de um garoto que estava ao lado e foram atingidas também, caindo no esgoto. E o Mestre Splinter era o rato do rival do Destruidor (e no gibi da Nova Sampa foi batizado de Retalhador) que aprendeu seus golpes (enquanto ainda era um simples rato!!!). Após ver seu dono morto pelo vilão, fugiu para os esgotos, e lá viu as quatro tartaruguinhas e resolveu cuidar delas (e aí sim levou um pouco de material químico).
Inspirados com as graphic novels de Frank Miller, as primeiras histórias do grupo eram pra lá de violentas, regadas de ação, e cá entre nós… bem tosquinhas! E a edição da Nova Sampa traz as três primeiras histórias.
Na primeira, eles enfrentam uma gangue, descobrem a sua origem, enfrentam o “Retalhador” e o “Tetráculo” (foi assim que a finada editora nomeou o Clã do Pé), e o mais foda acontece: no meio da carnificina toda, Leonardo enfia sua katana no bucho do malvadão, e quando este tenta explodir o quarteirão inteiro junto consigo, Donatello taca seu bastão quebrando seu maxilar e o fazendo cair do alto do prédio (tá vendo porque o Donatello é maneiro, Change???).
Na segunda história, vemos as tartarugas zanzando sem as suas malditas faixas vermelhas no rosto (no início todos usavam só faixas vermelhas), algo que nunca mais se repetiu nem nos desenhos e nos filmes, salvam a April O’Neil (que nos quadrinhos é assistente do Dr. Baxter) daqueles robozinhos pentelhos, os Caça-Ratos (odiava eles no vídeo-game! Era maior aporrinhação matar aquela cambada!), e acabam com os planos maléficos de Baxter (eles acham que o chefe dela é mau? Eles têm que conhecer o meu para verem o que é crueldade).
E na terceira parte, Mestre Splinter é raptado (depois isso foi repetido inúmeras vezes), e as tartarugas passam a morar no apartamento de April (outra coisa que depois se tornou batida), e ainda possui duas pequenas histórias curtas, cada uma escrita e desenhada por um de seus criadores. A de Peter Laird é mais puxada para o humor e mostra um pesadelo de Michaelangelo enfrentando sua própria poltrona após ler quadrinhos demais. E a de Kevin Eastman é mais séria, mostrando as tartarugas sendo confundidas por um grupo de traficantes que mataram um policial, e no final eles se perguntando se foi certo deixar os bandidos vivos.
Logicamente que depois de brilharem no mundo nerd underground, As Tartarugas Ninjas, tiveram vários outros projetos na nona arte, mas isso eu conto quando fizermos um outro especial do répteis ninjas.
Ah, sim! No site oficial dos personagens, tem disponibilizado as cinco primeiras HQs do grupo! Clique aqui e divirta-se!