Das Antigas: As Tartarugas Ninjas 2 – O Segredo do Ooze


Um roteiro inexistente, quatro marmanjos vestidos de tartarugas, um de mendigo… quero dizer… de rato, e Vanilla Ice cantando Rap Ninja… o que temos com essa combinação? Um filme ruim de doer, mas que fez a cabeça de toda a molecada da época.

As Tartarugas Ninjas 2 – O Segredo do Ooze foi lançado em 1991 pela New Line Cinema com um orçamento de 25 milhões de dólares, um ano depois de seu antecessor independente. Apesar do curto tempo, as mudanças de um filme para outro foram enormes.
Isso aconteceu principalmente pelo fato do desenho animado ter estourado entre a criançada. O pentelhinho que não soubesse quem eram as Tartarugas Ninjas era um quadrado, um banana, um manézão (bem, vocês já entenderam o que eu quero dizer).

Por isso mesmo, o roteiro de Todd W. Lagan se tornara infantil e mais raso que um pires de gato de pobre, deixando as quatro tartarugas mutantes mais parecidas com as do desenho (e muito mais bobas e cheias de tiradas infames que fariam o Change morrer de inveja). E as cenas de pancadaria do primeiro filme foram trocadas por piadinhas visuais fáceis que parecem ter vindo de Os trapalhões, como quando o Donatello se faz de João-Bobo para enganar um capanga do Clã do Pé, e Michaelangelo deixando seu tchaco de lado para lutar com um iô-iô e depois com uma lingüiça. Isso tudo só na primeira cena em que elas aparecem!
Como segundo filme quis tomar um rumo diferente do primeiro, resolveram mudar de diretor também. Michael Pressman foi o escolhido para depois se tornar um diretor especialista em séries de TV (de Chicago Hope até Lei & Ordem).
A história começa logo depois do fim do primeiro filme. O Destruidor foi morto! ÊÊÊÊÊ!!! A Bruxa morreu!!! Lálálá! Mas Leonardo (Manolo Rey), Donatello (Márcio Simões), Michaelangelo (Marcelo Meirelles), Raphael (Marco Ribeiro), e Mestre Splinter (Dário Lourenço) procuram um novo lugar para morar nos esgotos, pois o Clã do Pé (ou o que sobrou dele) sabe onde fica seu esconderijo.
No meio da mudança, eles acabam descobrindo o Ooze, a substância química que os transformou em mutantes, e o Destruidor (“mas ele não morreu, porra?”, Pois é… voltou!) rouba o último frasco existente para criar seus próprios mutantes, Tokka e Rahzar, que eram se não me falha a memória um lobo e uma tartaruga. Agora os quatro comedores de pizzas terão que enfrentar dois seres mais poderosos que eles.

Dizem a boca pequena que na época que o filme estava sendo produzido, os produtores queriam porque queriam colocar Beboop e Rocksteady, o javali e rinoceronte mutantes que eram os capangas bobocas do desenho, no filme, mas os próprios criadores bateram o pé para os mutantes serem Tokka e Rahzar mesmo.
O filme ainda tem a “participação especial” do Eminem dos anos 90: Vanilla Ice. Como isso acontece? Simples… as Tartaturgas Ninjas estão caindo na porrada com Tokka e Rahzar em algo que parece ser um depósito de lixo. Por passe de mágica eles são arrememassados para dentro de um típico baile tosco dos anos 80/90 com show do Baunilha Gelo. As Tartarugas ouvindo a “música” começam a descer a moléstia enquanto dançam, e inspiram o “inspirado” “rapper” a compor na hora o clássico dos clássicos… o Rap Ninja! Quando Todd W. Lagan escreveu essa cena deve ter chorado de tanta emoção. Isso é pura poesia!

Bem, não tem como negar que o filme é ruim. Muito. Chega ser constrangedor. Porém o que isso importa agora, né? O filme foi sucesso absoluto na época, e aposto que quando você assistiu pela primeira vez no cinema, saiu cantando “Go Ninja! Go Ninja! Go!”.
Ah, sim! Eu tenho DVD dessa bodega… só não me perguntem o porquê.
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