Por quê? Oras, porque há exatos 11 anos, eu, um pequeno nerd de 9 anos, foi ao cinema sozinho pela primeira vez para assistir Toy Story, um filme que marcou minha infância e que assisto com gosto até hoje.
Desde então mantenho essa estranha tradição de assistir aos longas da Pixar sozinho no cinema (antes era um incrível ato de independência, hoje em dia é moleza, apesar de ser o mestre em me perder), e com Carros (Cars, no original) não poderia ser diferente, ainda mais que esse ano estão comemorando 20 anos do estúdio.
Carros é dirigido por John Lasseter, o mesmo de Toy Story 1 e 2 e Vida de Inseto, tem no elenco original Owen Wilson, Bonnie Hunt, e Larry – The Cable Guy, e na dublagem brasileira Marcelo Garcia, Priscila Fantin, Daniel Filho, e Mário Jorge.
O filme tem uma história simplíssima, mas eficiente: Relâmpago McQueen (Marcelo Garcia) é um egoísta e mascarado novato carro de corrida, que ao empatar em primeiro lugar com o velho campeão O Rei (Márcio Simões) e com o eterno vice-campeão Chick Hicks (Samir Murad) tem que correr em uma revanche marcada na Califórnia para o desempate.
Só que no meio do caminho, McQueen se perde e comete um acidente na estrada de Radiator Springs, na Rota 66, que só é habitada atualmente por carros velhos e caipiras, tirando Sally, uma porsche (Priscila Fantin), por causa de uma auto-estrada que fez os carros economizarem 10 minutos de viagem e evitarem esta rota. Entre os caipiras estão Doc Hudson Hornet (Daniel Filho), Fillmore, uma kombi (Cláudio Galvan), Sargento, um jeep (Luiz Carlos Persy), Xerife, um velho carro de patrulha (Jomery Pozzoli), Rámon, um carro mexicano (Manolo Rey), e Mate, um soda caminhão de reboque (Mário Jorge).
E como “aqui se faz, aqui se paga”, McQueen então é obrigado a consertar a estrada até poder ir embora, e é lógico que convivendo com todos aqueles carros simpáticos acaba aprendendo uma grande lição de moral.
O filme começa de forma alucinante, com a corrida de McQueen, e uma hora ou outra (principalmente quando o protagonista ficava sozinho com a Sally), o ritmo dava uma decaída, mas Carros ainda é um filmão! Com cenas de humor que me fizeram gargalhar mais alto que as crianças que sentaram na minha frente.
A história, obviamente, tem uma lição de moral sobre nunca só pensar em si mesmo, e como é importante ter amigos. Só que mais que isso, fala sobre uma questão social nos EUA relacionada à Rota 66, que era famosíssima, mas hoje está quase abandonada, pois depende dos viajantes, mas assim como o filme, tem sido trocada por uma auto-estrada.
Sobre a animação, nem preciso falar nada, né? É Pixar, meu querido! As estradas, os carros, e todo o resto são feitos com os mais perfeitos detalhes.
Sobre a dublagem brasileira, está um show à parte! Eu geralmente prefiro as dublagens brasileiras, mas sempre quando tem um global ou um quase-ator-famoso (Bussunda e Preta Gil, por exemplo) fico com um baita cagalhão de ouvir uma dublagem ruim, mas felizmente não foi o caso dessa vez, pois Priscila Fantin conseguiu segurar a onda dublando Sally. E a voz de Marcelo Garcia ficou muito bem caracterizada em McQueen.
Porém todos os louros tem que ir para o dublador Mário Jorge, que fez um Mate “Chico Bento” roubar todas as cena em que apareceu, e me fez chorar de rir só dele falando “Uai, sô!”. Não é a toa que o cara é o dublador do Eddie Murphy, e do Super Gilmar (quem não se lembra?).
Finalizando, de todas essas animações que apareceram e irão aparecer esse ano (Era do Gelo 2, Selvagem, Os Sem-Floresta), Carros consegue ser muito superior a eles, apesar de não ser nenhum Toy Story, mas consegue brigar cabeça a cabeça com Procurando Nemo e Monstros S.A, e ser muito melhor que Vida de Inseto.
Nota 9,5
P.S.1: Quem for assistir, chegue cedo para não perder o hilário curta O Homem de uma Banda Só.
P.S.2: Não saia nos créditos, pois tem uma hilária homenagem aos primeiros filmes da Pixar.
P.S.3: Saí do cinema vendo rostos em todos os carros da rua.
P.S.4: Que venha Ratatouille!!!