As Crônicas de Nárnia: o Leão, a feiticeira e o Guarda-roupa é mais um filme que tenta repetir o sucesso de Harry Potter. Porém, contudo, todavia (não esqueça do entretanto), pelo visto, assim como Desventuras em série não será desta vez que o bruxinho de Hogwarts será derrotado.
As Crônicas de Nárnia conta a história de quatro irmãos, órfãos de pai que são separados de sua mãe por proteção na guerra: Edmond (o bom ator Skandar Keynes), Peter (o galãzinho William Moseley), Lucia (a bonitinha do filme Georgie Henley) e Suzanna (a cuti-cuti da história Anna Popplewell). Os irmãos passam a viver na mansão do Professor Digory Kirke (o ótimo Jim Broadbent) e encontram um guarda-roupa mágico, que leva a um estranho mundo amaldiçoado com um longo inverno.
O primeiro problema, de cunho estritamente comercial do filme é a falta de um ator que tenha carisma para competir com o fato de As Crônicas de Nárnia ser uma série de livros afastada dos adolescentes de hoje. Todos os atores mirins são competentes, mas não se vê um só ator que chame a atenção. E todos sabem o quanto um talento novo pode fazer a diferença numa bilheteria nesta caso. Além disso, As Crônicas de Nárnia traz um velho problema de adaptações literárias: o abismo entre a história original e o tempo que um filme deve ter. A impressão que se tem, é que a história é corrida demais. Meninos tornam-se guerreiros de batalhas medievais muito rápido, assim como distâncias imensas são percorridas. Uma grande reviravolta a cada dez minutos, um novo personagem a cada vinte e por aí vai. Talvez, se os produtores optassem por uma trilogia ou algo parecido, conseguissem um bom filme e uma franquia muito mais rentável.
O filme é dirigido por Andrew Adamson, consagrado pelo sucesso dos brilhantes Shrek 1 e Shrek 2. Adamson não compromete em sua direção, mas como co-roteirista do filme tem culpa no maior pecado de As Crônicas de Nárnia : sua história corrida demais. Em contrapartida, os efeitos especiais do filme não são menos do que impressionantes. O leão Aslan é magnificamente real e, talvez, por ser consagrado com animações é que Adamson consegue fazer de uma animação mais carismática do que os atores de carne e osso.
Como destaque está conflito entre os irmãos Edmond e Peter. Se As Crônicas de Nárnia: o Leão, a feiticeira e o Guarda-roupa é um filme voltado para adolescentes, a jornada dos dois heróis principais trata-se de uma jornada de amadurecimento. Edmond aprende com o sofrimento e Peter com as responsabilidades imensas. Como é possível notar, as duas irmãs desaparecem neste conflito. As Crônicas de Nárnia não é uma bobagem, mas é muito menos do que sua história e mitologia poderia trazer.
A nota é 6, mas quem não gosta de filmes de fantasia ou épicos, dificilmente daria mais do que a metade disso.
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