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11,5 personagens negros de quadrinhos da minha infância e adolescência

Como vocês devem estar sabendo pelas timelines do Facebook, hoje é o Dia da Consciência Negra, dia criado para celebrar a cultura negra, as nossas raízes africanas e lembrar que ainda existe preconceito de cor no país.

Tendo crescido nos anos 80 (época de muita criatividade e histórias arriscadas dentro das grandes editoras), estava lembrando de uma série de personagens negros legais. Nem todos eram super bem caracterizados, mas muitos ajudaram, de uma forma ou de outra, a formar o meu caráter.

Então, para aproveitar a data, resolvi fazer uma lista mezzo nostálgica/mezzo informativa. Então eu evitei citar recentes, como Miles Morales ou o Super Choque, por que não fizeram parte da minha infância/adolescência, e também deixei vários de fora (War Machine, Spawn, etc), então aproveitem para colocar nos comentários super-heróis negros que vocês acham foda (não precisa ser só da Marvel e da DC), seja de antigamente ou recentes, que eu não tenha citado. A lista ficou longa, então o post é grande. TEJE AVISADO!

 

11. Capitã Marvel (Mônica Rambeau)

Provavelmente uma das primeiras heroínas negras que eu li nos quadrinhos, Mônica Rambeau ganhou o poder de converter o corpo em energia quando foi exposta a energias extra-dimensionais que um amigo da família tinha construído com financiamento de um ditador sulamericano, que queria usar a máquina para o mal. Como já tinha um background de combate ao crime (era tentente da patrulha portuária), resolver virar super-heroína e acabou se juntando aos Vingadores com o nome que a imprensa lhe deu: Capitã Marvel. O que eu mais achava legal (lembrem-se que eu era criança, mais pra pré-adolescente), era que o cabelo dela era diferente do cabelo de todas as outras heroínas dos quadrinhos que eu tinha visto, e se parecia bem mais com cabelos reais (ou que eu considerava reais, pelo menos).

10. Aço (John Henry Irons)

Uma leve fuga dos clichês tradicionais (mas não tanto dos estereótipos tradicionais), John Henry Irons foi uma criação tão interessante que sobreviveu mesmo após os eventos para o qual ele foi criado (A morte e retorno do Superman). Formado em Física, com foco no desenvolvimento de armas, desistiu “dessa vida” quando suas armas foram usadas para fins exclusivamente destrutivos. Assim, virou um cara “comum”, um trabalhador de construção civil e, quando foi salvo pelo Superman, acabou inspirando-se nele para criar uma armadura a fim de lutar contra suas próprias armas, que ele descobriu que acabou nas ruas, usadas por gangues. Eu gostava muito dessa vibe “super-herói das ruas” que ele tinha, de se preocupar com a “vizinhança”, e tal, meio que como um Homem-Aranha.

9. Lanterna Verde (John Stewart)

Eu comecei a ler quadrinhos um pouco antes da Crise Nas Infinitas Terras. Nessa época as histórias do Lanterna Verde Hal Jordan começaram a figurar personagens como Guy Gardner e John Stewart. Nos quadrinhos, John é um veterano da marinha dos EUA que é escolhido como substituto do substituto do Hal Jordan, e teve um desenvolvimento bem bacana ao longo dos anos (tendo inclusive se transformado no Lanterna Verde oficial do desenho da Liga da Justiça). Um dos pontos tensos do personagem foi seu sentimento de culpa por não ter conseguido evitar a destruição de um planeta (habitado) inteiro durante a saga Odisseia Cósmica.

8. Luke Cage

Bem, eu confesso que, apesar de ver muito Luke Cage nas Hqs quando eu era novo, o que mais me chamava a atenção era seu visual de cafetão dos anos 70 (que, convenhamos, até hoje é foda bagarai). Era um visual tão diferente para os uniformes de Super-herói da época, e se encaixava tão bem no personagem que não tinha como não gostar. Fora que era uma pegada diferente dos super-heróis da época: originalmente, ele era um herói de aluguel, ou seja, ele era pago pra ser super-herói, um conceito totalmente inédito pra mim.

7. Amanda Waller

O que dizer dessa personagem que nem existe e eu já considero pacas? Eu acho que a Amanda Waller é uma das personagens que mais aparece nas listas que faço, mas é por que o Esquadrão Suicida do John Ostrander foi uma das minhas maiores influências nos quadrinhos, e até hoje uma das melhores HQs regulares que a DC já fez (então imagina meu nível de preocupação com o filme que a Warner anunciou). Amanda Waller era a pessoa mais normal do universo DC na época (fora de forma, negra, sem superpoderes) e mesmo assim ela era simplesmente a mulher mais foda do mundo naquela época. Até hoje é fantástico ler as falas dela durante a fase do John Ostrander e suas interações com outros vilões e heróis (especialmente com o Batman).

6. Cyborg (Victor Stone)

A primeira Hq que eu li foi Novas Titãs #4, da Abril, com a primeira aparição do vilão Irmão Sangue (para quem já acompanha o MDM há um bom tempo, isso não é surpresa). Além de isso ter feito eu me tornar fã do Robin (Dick Grayson, assim como todos os outros personagens, eram muito bem caracterizados na época), me fez também ser um fã do Cyborg, que desde o começo me pareceu um personagem muito mais humano que os outros, talvez pelo seu background mais “terrestre”: afinal, ele era o “deficiente físico” do universo dos super-heróis, o que pra mim era muito interessante. É difícil escolher um personagem preferido (além do Robin) nessa formação dos Titãs, por que realmente é a minha preferida, mas acho que o Cyborg é quem se destaca nesse caso.

5. Tempestade (Ororo Munroe)

Acho que a tempestade, para quem é da minha geração, é quase hors concurs, mas eu resolvi colocar aqui mesmo assim. As duas coisas que mais me impactaram em relação à personagem foi sua atitude perante os Morlocks (de quem acabou se tornando líder) e, é claro, seu visual moicano, pra mim até hoje o melhor visual que ela teve (e que vai ser um desperdício não ser o visual dela no novo filme dos X-men, que se passa nos anos 80).

4. Pantera Negra

Pantera Negra talvez seja o personagem responsável por me fazer gostar de História e outros contextos culturais. Lembro que eu fiquei fascinado ao ler a história do personagem (toda aquela trama dele ser um príncipe, ter o pai assassinado, ter sido criado na Europa para se vingar e tomar o lugar do pai, etc) e, para mim (lembrem que eu era criança), algo muito diferente, já que estas tramas e conflitos aristocráticos eu só via dentro de um contexto cultural e social que eu já conhecia (o contexto ocidental/europeu). Ok, é um pouco parecido com a história do Batman, mas muito mais “exótico”. Óbvio que no vindouro filme eles vão ter que evitar os estereótipos raciais (o personagem foi criado nos anos 60, vale lembrar), mas eu espero que mantenham uma certa identidade cultural diferenciada no filme.

3. Corredor Negro

O Quarto Mundo do Jack Kirby é, para mim, tão “não super-heroico”, que eu consideraria mais como uma ficção científica fantástica do que como uma história de super-heróis. Um dos personagens mais curiosos dessa mitologia é o Corredor Negro, anteriormente Willie Walker, um sargento que ficou paralítico durante a Guerra do Vietnã. Walker foi contatado pela Fonte quando Darkseid trouxe pela primeira vez a guerra dos deuses para a Terra, e lhe foi dito para tomar a responsabilidade de se tornar o avatar da morte para os deuses. Toda vez que um Novo Deus morre, quem vem buscá-lo é o corredor negro. Hoje em dia não é algo super original, mas ainda é um conceito bem bacana.

2. Tigre de Bronze (Ben Turner)

Como eu comentei lá na parte da Amanda Waller, Esquadrão Suicida foi uma das histórias que mais me marcaram, dos quais um dos personagens era o Tigre de Bronze. No começo, eu não dava tanta bola para o personagem, mas conforme as histórias foram passando e ele foi sendo melhor caracterizado, comecei a conhecer mais sobre o seu passado e, carai, começou a ficar muito interessante. Tigre de Bronze era Ben Turner, que matou um ladrão com uma faca de cozinha quando este tentou atacar seus pais. A partir daí, seu crescimento foi uma luta para controlar sua raiva, aprendendo artes marciais e depois viajando para o extremo oritente. Sua história envolve ele ter sofrido lavagem cerebral e se tornado o Tigre de Bronze, assassino mais temido de todos os continentes. Apesar de o Esquadrão Suicida ser formado quase que completamente de vilões, par ao Tigre de Bronze talvez fosse mais a chance de “consertar as coisas”, trabalhando pro governo.

1. Vixen (Mari Jiwe McCabe)

Apesar de ter conhecido a Vixen da formação mais merda da Liga da Justiça (chamada hoje de Liga da Justiça Detroit), eu só dei atenção pra ela quando ela se começou a aparecer regularmente no Esquadrão Suicida. Uma coisa que pra mim era muito curiosa, era que a profissão de Mari em sua identidade secreta era ser modelo, algo que eu achava muito inusitado (mesmo quando ainda não sabia o que a palavra inusitado significava, hehueheueuhe). Sua história está ligada à uma lenda e ao misticismo africano (óbvio), e ela usa um “totem” que lhe permite acessar as habilidades de qualquer animal, desde que usados para o bem.

Posição 0,5
(Apesar de tradicionalmente a posição 0,5 ser a “meia boca”, nunca é esse o caso das minhas listas; essa posição é mais um “Bônus track”)

Estelar

Sim, eu sei, eu sei: Ela é uma alien, não é negra. E, além disso, ela tem a pele laranja! Sim, é verdade. Mas, por algum motivo que não sei explicar, na minha cabeça ela sempre foi uma personagem “negra” (talvez pelo cabelo crespo, sei lá). E era uma das personagens mais interessantes na época dos Titãs do Wolfman e do Pérez. Tinha um background que lembrava bem de leve o Pantera Negra (vinda de uma aristocracia alien, com disputas familiares, irmã invejosa, e por aí vai), apesar da pouca roupa, ela era muito bem caracterizada, como uma mulher que, vinda de outro planeta, não tinha instalado em seu “software mental” essas besteiras de ter vergonha do próprio corpo ou de ser colocada numa posição de submissão ao homem. Além disso, ela tinha uma característica fantástica: aprender qualquer língua nativa com o toque – e às vezes ela beijava os caras para isso, eheuheuehue. Enfim, era uma personagem bem legal, que infelizmente foi estragada pelos novos 52 (mas isso já é outra história).

O Homem Meteoro

Tá, não é um personagem de quadrinhos, e sim de um filme, mas eu precisava citá-lo. O Homem Meteoro é o super-herói de um filme de comédia dos anos 90, sobre um professor que adquire superpoderes quando atingido por um meteoro. O mais legal do filme é que, ao invés de ter a intenção de combater o crime exclusivamente, a missão do Homem Meteoro era reconstruir a comunidade onde ele vivia, o que passou por, é claro, destruir bocas de fumo e prender marginais, mas também passou por ajudar de forma mais ampla, socialmente falando, após ele conseguir diminuir consideravelmente a violência no lugar. É um filme bem toscão, e longe de ser um filme ótimo, mas é daqueles que precisa ser assistido mesmo assim.

Algures

Meu nome é Algures e tenho 41 anos (teria se tivesse vivo). Morri aos 13 anos tentando ouvir o Podcast MDM proibidão. Envie esse post para 20 pessoas para que eu possa descansar em paz. Caso não repasse essa mensagem, vou visitar-lhe hoje à noite e você vai se arrepender. Dia 15 de julho, Rafael riu dessa mensagem e 27 anos depois morreu em um acidente de carro. Não quebre esta corrente a não ser que queira sentir minha presença (atrás de você)

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