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Superman – O RetornoPor Ultra

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Uma obra prima do cinema moderno. Superman – O Retorno entra para a história sob a batuta de Bryan Singer.

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Não poderia ser diferente. Superman – O Retorno é grandioso e memorável. Desde os primeiros minutos de filme, quando a fabulosa trilha sonora composta há 28 anos por John Williams ecoa na sala de cinema e os créditos descem enquanto viajamos pelo espaço rumo à Terra, é possível perceber que o melhor que cinema pode oferecer estará no filme de Bryan Singer.
Tudo é enorme e impecável. Cenários como a redação do Planeta Diário e a Fortaleza da Solidão são tão grandes que esmagam o espectador contra a poltrona do cinema. As cenas de ação, então, são longas, intensas e mágicas. Ao mesmo tempo, os efeitos computadorizados tornam tudo verossímil. Difícil não se encantar com a direção do filme. Mas é a história escrita por Singer, Michael Dougherty e Dan Harris que encanta.
Superman viaja para Krypton, ou pelo menos para uma região nos confins do universo, onde astrônomos acreditam ter encontrado o planeta do Homem-de-Aço. Enquanto isso, a vida segue e, aparentemente, a humanidade não precisa mais de um salvador. Será mesmo? Pois esse não é o cenário que o herói encontra ao voltar à Terra. Infelizmente para Kal-El, Lois Lane acredita – ou pensa que acredita – que o mundo não precisa mais de um super-homem. A intrépida repórter “casou”, teve um filho e esqueceu seu amor passado. Superman, não. Tanto que ele faz questão de lembrá-la dos bons momentos que viveram juntos. Mas não foi só Lane que seguiu adiante.
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Lex Luthor passou anos na cadeia, mas em um golpe de mestre, torna-se o único herdeiro de uma rica senhora e detentor de toda a tecnologia kryptoniana. Seu sonho de se tornar o maior proprietário de terras no mundo está perto de se concretizar.
Mas o filme não é sobre a luta entre o bem e o mal e nem sobre o romance entre Lois e Superman. É sobre solidão.
O Superman de Richard Donner e Mario Puzo era um homem solitário, que tinha como único parente consangüíneo um sistema de hologramas com inteligência artificial. Singer continua com o legado deixado pelo filme de Donner e carrega o filme de solidão. Pais sem filhos, filhos sem pais, abandono e cárcere. Todos os personagens principais sentem-se abandonados ou isolados e, de alguma forma, tentam se salvar da tristeza que é ficar sozinho. Superman viaja com a esperança de encontrar Krypton inteiro, Lane se “casa” com um homem que pode fazê-la voar, Martha Clark Kent segue uma vida de rotinas e Lex Luthor faz os amigos certos para sobreviver à prisão. E esse sentimento, dentro da grandiosidade do filme, torna-se ainda mais forte e marcante na tela. Perfeito.
Para criar um contraponto à solidão, Singer põe em evidência a super-audição do herói. Ninguém está só quando se ouve tudo o que acontece no mundo. Superman pode ouvir tudo o que falam em sua volta, desde os diálogos mais banais até pedidos de socorro do outro lado do mundo. Agora resta ao Homem-de-Aço resolver os problemas que assolam o planeta e os que envolvem os entes queridos do herói. O resultado é emocionante.
Também responsáveis pela condução da história, os atores são um show à parte no filme.
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Brandon Routh, talvez o mais perseguido ator a viver um super-herói no cinema, cumpre bem o papel de Superman/Clark Kent. O jornalista interpretado por Routh é tão desengonçado e divertido quanto o clássico Clark Kent de Christopher Reeve nos longas dos anos 70/80. Em certos momentos até acreditamos que ele está interpretando Reeve. Mas quando Routh veste a roupa azul, temos certeza que ele nasceu para o papel. Routh é o Superman e entra no time de atores que interpretaram muito bem um personagem de HQ.
Nos primeiros minutos de filme, vemos uma velha senhora em seu leito de morte declarando-se para um homem que ela descrevia como sendo o mais gentil dos cavaleiros. Esse homem é Lex Luthor, magistralmente vivido por Kevin Spacey. Spacey é outro que faz referência ao Luthor dos filmes anteriores, quando traz o lado mais bufão de Gene Hackman. Contudo, esse é um Luthor cruel, marcado pelos anos na cadeia e isso fica claro quando ele e seus capangas dão uma surra covarde em Superman. Os detalhes do confronto são de brigas de presídio, com direito a lâmina improvisada escondida no bolso do vilão.
Lois Lane, o eterno grande amor de Superman, esteve mais apagada neste filme do que em todas as outras versões da personagem. Vivida por Kate Bosworth, Lane tem que se dividir entre o trabalho e o filho. Cansada, já não tem forças para ser aquela mulher corajosa dos filmes anteriores. Até aí, Bosworth convence… Mas não fica bem quando deve fazer Lois ter seus lampejos de teimosia. Parece mais uma menina mimada, tentando fazer as coisas à força, mas conseguindo apenas aborrecer.
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Do elenco de apoio, podemos destacar dois personagens muito diferentes um do outro, porém importantíssimos para a mitologia de Superman: Martha Kent de Eva Marie Saint e Jimmy Olsen de Sam Huntington. Eva é a responsável por ditar o clima do filme logo em sua primeira parte. É Martha Kent que discursa sobre a solidão e nos leva logo nos primeiros minutos de projeção a entender o sentimento que Singer quer passar. Já Huntington não tem um papel muito relevante, mas rouba a cena quando aparece no papel do fotógrafo.
Bryan Singer, os roteiristas Michael Dougherty e Dan Harris e o elenco estão de parabéns, pois não apenas fizeram uma homenagem ao primeiro filme do herói, eles deram vida ao ícone Superman. Que a jornada do herói no cinema prossiga por muitos anos e que sempre nos traga a mesma emoção de Superman – O Retorno. Acredite, o homem pode voar!
Nota 10.

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