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Spielberg agourando os Super-heróis!

E parece que o diretor velhaco Steven Spielberg anda secando a planta de muito musculoso de collant por aí.

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Numa entrevista à agência Associated Press promovendo seu novo filme “Bridge of Spies” (para o qual eu não dou a mínima e nem procurei saber como se chamará aqui), o diretor arriscou uma previsão sobre o novo gênero dos blockbusters contemporâneos e sua “data de validade” – para ele os filmes seguirão o mesmo destino dos antigos faroestes.

“Nós continuamos por aqui depois que o Western morreu e chegará uma hora em que o gênero de super-heróis seguirá o mesmo caminho. Mas isso não significa que não haverá outra oportunidade para o retorno de ambos.

É claro que no presente momento o gênero dos super-heróis esta firme e forte. Eu apenas estou dizendo que esse tipo de coisa é cíclica e tem duração finita na cultura popular. Chegará o dia em que esse tipo de narrativa mitológica será suplantada por outro gênero qualquer que possivelmente está sendo descoberto por algum jovem cineasta nesse exato momento.”

A comparação, no entanto, não é nova e já havia sido feita antes como mostra essa entrevista de 2014 feita pelo Comic Book Resources com o então Chefe da Equipe Criativa da Marvel, Joe Quesada, respondendo a questão.

“Nós não somos faroeste. Eu não acho que isso acontecerá. Enquanto as pessoas quiserem blockbusters de ação-aventura, as revistas em quadrinhos ainda estarão lá.

Se algum dia o temperamento do mundo mudar e as pessoas decidirem ‘Quer saber? Tudo o que queremos agora são filmes indie de baixo orçamento’ então sim, talvez nós tenhamos um período de vacas magras para as adaptações de quadrinhos de grande orçamento. Mas não serão só elas que sofrerão com isso, será todo mundo que faz esse tipo de filme desse tamanho.

Eu realmente acho que o céu é o limite para nós, desde que continuemos a produzir um bom material enquanto indústria coletiva”.

 

Então, vamos pensar um pouco.

Primeiro não é qualquer merda ter um cara do gabarito do Spielberg falando uma coisa dessas. Realmente faz sentido pensar em “ciclos de interesse” por parte do grande público, afinal seus próprios filmes passaram por esse tipo de processo no passado: E.T. – o Extraterrestre, Parque dos Dinossauros e O Resgate do Soldado Ryan foram exemplos de modas passageiras em suas respectivas épocas (filmes de alienígenas, de dinossauros, de guerra) que caíram na impopularidade logo depois, então talvez aconteça o mesmo com as adaptações de HQ.

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Sem esquecer, claro, dos “filmes de tubarão”.

Por outro lado, a defesa do Quesada parece meio furada: ao atrelar o argumento a idéia de que “as pessoas querem blockbusters” ao invés de apelar para as qualidades do gênero em si mesmo, ele acaba nivelando as coisas por baixo e reforçando o ponto do diretor norte-americano, conhecido justamente por emplacar sucessos de bilheteria com filmes de alto orçamento. Então quem melhor do que ele para falar sobre sua popularidade finita?

Por fim vale lembrar que mesmo o famigerado faroeste andou tendo um revival ultimamente com remakes de velhos clássicos ou mesmo produções totalmente novas, sobretudo nas mãos do diretor Quentin Tarantino. Ainda que mais por uma idiossincrasia deste último do que por mérito próprio é fato que o gênero ganhou novo fôlego nos últimos anos. Quem sabe não acontecerá algo assim “quando a moda das HQs passarem”?

No final não importa. Só o fato de termos chegado até aqui enquanto “indústria cultural” já vale alguma coisa. Vivemos para ver algo que gerações de leitores mais velhos jamais imaginariam em termos de popularidade do gênero. Eu mesmo me lembro de não gostar de comentar com meus colegas que lia HQ porque era “coisa de retardado” enquanto que isso hoje é coisa de gente DIXXXXXCOLADA.

Então deixa assim, todo mundo sai feliz e se algum dia isso tudo sair de moda, sempre teremos os futuros Tarantinos para colocar tudo na moda novamente. E você, leitor, qual a sua opinião?

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