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A gente vimos: Bojack Horseman

Reed Hastings, CEO da Netflix, disse uma vez que seu objetivo era transformar a Netflix na HBO antes que a HBO se transformasse na Netflix. Com isso, cada vez mais a empresa tem apostado em séries de muita qualidade, como Orange is the New Black, House of Cards, Derek e a nova temporada de Arrested Development. Vi todas essas e gostei de todas.

Eis que, dando aquela passeada pelo catálogo, vi o lançamento de Bojack Horseman, uma animação com o selo de Originais da Netflix. Obóviamente fui dar uma conferida… Mas e aí? Será que Bojack Horsman mantém o padrão de qualidade das séries anteriores?

Vamos à análise!

BoJack Horseman (voz de Will Arnett, o G.O.B., de Arrested Development) é um antigo astro de uma sitcom americana dos anos 90 e não fez mais porra nenhuma depois disso. Ele vive em seu casarão em Hollywood, junto com seu amigo inútil Todd (voz de Aaron Paul, o Jesse de Breaking Bad) até que recebe uma proposta para escrever um livro com sua autobiografia. Como Bojack não consegue escrever uma palavra sequer, ele contrata a ghostwriter Diane Nguyen (Alison Brie, de Community) e acaba se apaixonando pela garota, mas ela é namorada do Sr. Peanutbutter, um cachorro que também tinha uma série parecida nos anos 90 e é meio que um rival do Bojack, apesar de ser amigável com todo mundo (como todo cachorro).

Quando soube dessa sinopse, fiquei animado pra ver. Ora, o que eu precisava para distrair era uma comédia leve e divertida em animação. Aliás, pela própria história, de bichos com corpo humanos contracenando com humanos normais, pensei que BoJack Horseman era algo parecido com o Ugly Americans, outra animação MUITO bacana que passa na HBO. Aí resolvi assistir.

E aí as histórias vão passando… E Bojack Horseman, que havia começado como uma mistura de Ugly Americans, Family Guy dos bons tempos e Charlie Harper vai aos poucos, sem você perceber, se transformando em uma história pesadíssima!

Pesado não ao estilo de piadas grosseiras, mas pesado em relação à trama.

Os personagens de Bojack horseman crescem muito rápido ao longo da trama. Não são mais aqueles personagens unilaterais, que geralmente vemos nessas comédias. Eles começam a ganhar dimensões extras e a fazer coisas que não esperávamos. Nos episódios 7, 8 e 9, a animação sai da comédia e vira um drama tenso, principalmente nos arcos envolvendo a Princess Carolyn (os workaholics vão se identificar – e lamentar muito) e o próprio BoJack, ao visitar seu antigo amigo produtor de sua série dos anos 90 que agora está com câncer.

Concluindo: passando do humor ao drama com uma facilidade absurda, elaborando bastante todos os seus personagens (talvez não o do Aaron Paul, que parece que foi criado para ser uma cópia do Jesse Pinkman pra chamar a atenção), BoJack Horseman foi uma gratíssima surpresa. Não esperava mesmo que poderia sair algo mais elaborado de uma animação cuja estrela é uma vers~zao cavalo do Charlie Harper.

Nota 9. Aguardando a segunda temporada!
Mais uma bola dentro da Netflix.

PS1: trilha sonora é muito boa! Veja exemplos aqui e aqui.

PS2: o episódio com a bad trip do Bojack Horseman após ingerir uma caralhada de drogas pesadas pra tentar ele mesmo escrever sua autobiografia é GENIAL!

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