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A gente lemos: Bidu Caminhos

Bom, taí. Saiu a nova revista da graphic MSP focada no cachorro azul mais querido do planeta: Bidu!

A dubla responsável pelos Quadrinhos Rasos Eduardo Damasceno e Luís Felipe Garrocho mostram a história que nunca foi contada: como era a vida do Bidu antes de conhecer o Franjinha?

Então sai o Schnauzer azulado que falava com pedras (aí, Catena!), que sofria com o Bugu e que dava ordens no Manfredo para entrar um outro Bidu: um vira-lata de rua.

Sofrendo todas as armaguras de um cachorro de rua, Bidu mora em um carro abandonado em um quintal e passa a maior parte dos seus dias caçando ossos e fugindo da carrocinha para sobreviver. De um outro canto da cidade, em um passeio de carro, o garoto das franjas douradas vê o Schnauzer no meio de uma confusão envolvendo Bugu, Duque e um grande bulogue e fica vidrado no cachorro azul.

À partir daí, vemos a história dos quatro cachorros interagindo pela cidade, fazendo e desfazendo laços de amizade e precisando um contar com o outro para sobreviverem no meio de um ambiente tão hostil quanto é a rua para os vira-latas.

Esse último parágrafo aí lembrou uma outra Graphi MSP, certo?

Sim, lembrou Laços. Assim como em Laços, Bidu Caminhos é uma espécie de “road comic” (livre adaptação do conceito Road Movie – ou filme de estrada, onde a história principal se passa por uma viagem e, geralmente, com base em uma situação-problema… E onde geralmente os relacionamentos conturbados dos protagonistas se resolvem por conta dos problemas). Um “road comic” bem emotivo. As duas Graphic Novels são.

Porém, como falei recentemente no grupo de Whatsapp do mdM, quando estávamos discutindo sobre o gibi do Bidu, Eduardo Damasceno e Luís Felipe Garrocho acertaram justamente onde os Irmãos Caffagi derraparam: no ritmo da história.

Enquanto em Turma da Mônica Laços vemos uma história sem ritmo e por muitas vezes sem objetivo e arrastada (talvez pelo fato dos Irmãos Caffagi serem mais adaptados a histórias curtas), Damasceno e Garrocho dão uma aula de rimo de leitura. Uma aula de roteiro e uma aula de arte.

E o principal: uma aula de sutileza. E a dupla foi feliz demais nisso, principalmente pelo fato de não usarem diálogos na parte dos cachorros, que é praticamente 95% do livro.

Na arte, a dupla arrebenta e mostra através das situações, cenários e cores o que eles não podem mostrar em palavras. Então, por exemplo, o Bidu não precisa falar para você que ficou arrependido em deixar o buldogue abandonado nos esgotos, mas todo o cenário em volta, ficando cinza e sem cor, e a postura do cachorro azul ao andar dizem isso perfeitamente.

Resumindo: Bidu Caminhos nos mostra uma história com uma sutileza e simplicidade sem iguais. Nada na revista é óbvio – então, se você é acostumado à leituras rápidas, sem analisar cada situação em separado, pode não enxergar tudo que o gibi tem a oferecer – o que será uma pena.

Nota 10!

E o meu top Graphics MSP por enquanto é:

Astronauta Magnetar (Nota 10)
Bidu Caminhos(nota 10)
Piteco Ingá (Nota 8)
Chico Bento Pavor Espaciar (Nota 7)
Turma da Mônica Laços (Nota 6)


PS1: O Bugu está sensacional!!
PS2: Quando chegarem ao último quadrinho, peguem a primeira tira do Bidu e vejam que ligação sensacional Damasceno e Garrocho fizeram entre o livro e ela. Brilhante!
PS3: Não conhece o Bufas Danadas, site de tiras do Garrocho feitas em PAINT? PORRA! Largue tudo que você está fazendo e acesse AGORA!!!

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